domingo, 3 de agosto de 2008

Da química e dos sentimentos


Este fim de semana, como me acontece frequentemente, dediquei-me à leitura de uma revista de divulgação científica, para me distrair.
Dentre os vários artigos lidos, chamou-me particularmente a atenção um que tratava do papel que certas reacções químicas podem desempenhar nos nossos sentimentos, nomeadamente no amor associado à paixão (embora também se falasse do amor de uma mãe pelo seu filho).
Dizia o tal artigo que os seres humanos - masculinos e femininos - estão "programados" para reagir até ao odor de outros indivíduos do sexo oposto (embora, a dada altura, também se fizesse alguma referência à questão da homossexualidade, masculina e feminina) e para seleccionar um parceiro a partir de vários estímulos sensoriais, que iriam desde a aparência física até ao odor, sendo este último o aspecto que mais interessava no texto em questão. O interesse por um indivíduo em especial desencadearia uma série de reacções químicas que induziriam uma sensação de prazer.
Sem querer negar a realidade e a importância dos aspectos químicos das relações - até porque já todos nós os experimentámos e sabemos que eles existem -, gostaria de pensar que as coisas não são assim tão simples, nem tão lineares, até porque o olfacto é um dos sentidos menos apurados nos seres humanos ditos civilizados, que a distância que as relações sociais impõem não é favorável a sensações olfactivas muito intensas e que o Homem deve um dos poucos animais que disfarça o seu próprio odor com o de outros seres vivos (o que também era referido no tal artigo).
Por isso, não anulo a química, mas continuo a pensar que há putros factores que também são importantes nas relações humanas - e especialmente nas relações amorosas - e que poderão até reforçar a tal "química do amor".

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