terça-feira, 16 de junho de 2009

Segunda tentativa no atelier de escrita teatral


Espaço livre ocupado por uma cama, à qual está encostada uma mochila aberta e bem cheia, em cima de um tapete grande, posto no chão ao lado da cama.
Em cima da cama, está um portefólio tamanho A4, de capa dura, com bolsas para arquivar documentos.

O actor entra em cena usando uma t-shirt velha, de algodão, umas calças de fato de treino e chinelas de dedo.

Senta-se na cama, com os pés em cima do tapete.
Remexe ruidosamente na mochila e tira um pequeno saco de plástico.
Dele retira um bloco de folhas para apontar recados quando se está ao telefone e um marcador preto, tipo Futura.
Poisa os dois objectos em cima da cama, ao seu lado.
Põe o portefólio em cima dos joelhos.
Retira uma folha do bloco e pousa-a em cima do portefólio.
Pega na caneta e começa a traçar linhas e palavras, ao mesmo tempo que vai resmungando e soltando pequenas gargalhadas.
Levanta o quadrado de papel para o ver e olha para ele a apreciar o trabalho feito.
Repete a operação até ter seis quadrados preenchidos.
Depois dispõe-nos em cima do portefólio, em três tiras de dois quadrados cada uma.
Olha o conjunto e rectifica a posição de um dos quadrados.
Depois olha novamente. Parece ler. Ri-se com vontade.
Depois empilha os quadrados uns em cima dos outros segundo uma determinada ordem, verificando que esta foi devidamente respeitada.
Pousa-os em cima da cama, junto com o portefólio em cima do qual estes se encontram.
Curva-se e remexe ruidosamente na mochila.
Saca de uma caixa de papelão contendo envelopes para arquivar CDs.
Retira um deles da caixa, abre-o, guarda lá dentro os seis quadrados de papel pela ordem seleccionada.
Fecha-o.
Depois pega na caneta preta e escreve qualquer coisa no envelope e murmura um número.
Pousa tudo em cima da cama.
De seguida, pega no portefólio e guarda-o na mochila.
Guarda também a caneta e o bloco de papel no saco de plástico, que depois mete na mochila, juntamente com a caixa de papelão contendo os envelopes para arquivar CDs.
De seguida, levanta-se, pega no envelope que acabou de rotular e sai do quarto, levando-o na mão e soltando pequenas gargalhadas.

Questão ao leitor:
O que é que eu estou a fazer?

2 comentários:

CAIS DO PARAÍSO disse...

Eu acho que sei!...:-). Ok, ok, já sei: eu não posso concorrer!...:-)
EM

csa disse...

Não. Hehe!!! :)
Mas pago-te um café na mesma.
Afinal o Marco também sabia e não descobriu o que era.
E a Ana Cristina teve muita dificuldade.
Abraço.