domingo, 18 de maio de 2008

Da conjugação das relações

As relações, tal como os verbos, também se podem conjugar!!!
E a "gramática das relações" partilha de uma característica da gramática da língua de que nem todos têm consciência: por muito que tentem prendê-la em regras muito rígidas, ela escapa sempre!
Para a língua, é a literatura que faz esse trabalho de libertador: a literatura literária e a literatura popular (porque o povo encontra sempre uma forma - por sinal, muito criativa - de escapar!!!).
Para as relações, é o arbítrio de cada um que lhe permite escapar das restrições sociais! Embora, mesmo aqui, o céu não seja o limite! Como se dizia quando eu era mais nova: a minha liberdade acaba onde começa a liberdade dos outros!!!
E a "gramática das relações" é uma gramática difícil, principalmente quando se pensa nas conjugações.
Há relações que se podem conjugar no singular ou no plural: por exemplo, pai-filho(a), mãe-filho(a), tio(a)/sobrinho(a) [eu gosto muito desta última].
Há relações que, em princípio, só se podem conjugar no singular: por exemplo, filho(a)-pai, filho(a)-mãe. Mas é só em princípio, porque, na realidade, há muito quem as conjugue no plural, dadas as novas estruturas familiares que caracterizam a sociedade actual e também a questão da adopção.
Mas há um tipo de relação que eu, pessoalmente, pretendo conjugar no singular: companheira-companheiro.
Há coisas que não dá para dividir!!! E todos nós gostamos de ser únicos para alguém, nem que seja só por algum tempo!!!

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