sábado, 24 de maio de 2008

Visões da morte



Deixo-vos duas visões estranhas da morte.

A primeira corresponde ao poema de Mário de Sá- Carneiro abaixo transcrito:

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!

Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro.

Mário de Sá Carneiro

A segunda vem de uma canção de Jacques Brel, o grande intérprete belga que fez carreira na canção francesa.
Para terem acesso à canção que interessa, cliquem no título do post.
A canção chama-se "Le moribond" e, pela sua letra, tem alguns pontos de contacto com o poema do autor português, que, por sinal, escreveu uma grande parte da sua obra em Paris, onde se suicidou, em 1916, aos 26 anos, envenenando-se.

2 comentários:

Pedro Miguel disse...

Qual Brás Cubas! No entanto, parece tambem uma visão da vida, já que os funerais são cerimónias de quem ainda respira!

csa disse...

Boa, Pedro!
De facto, é mesmo assim.
Não me tinha ocorrido essa ideia.