sexta-feira, 13 de junho de 2008

A morte é o fim!



Nem de propósito!
Acabo de ler uma entrevista num jornal em que o entrevistado faz esta afirmação e comenta-a de vários pontos de vista, incluindo uma perspectiva profissional.
A afirmação chocou-me, porque é algo em que eu penso muitas vezes. Mas não me assustou. Nem um pouco!
Porque eu penso que a morte é o fim, mas não é forçosamente a aniquilação da pessoa.
Isso põe o problema de saber o que resta de cada um de nós depois da nossa morte. Para mim, resta sobretudo a impressão que deixamos nos outros através da vida que vivemos.
E não estou só a pensar na vida pública. Nem a pressupor que isso só acontece com as pessoas que se destacaram por algum motivo.
Também a nossa vida privada e as relações que estabelecemos com as outras pessoas podem ajudar-nos a construir esse "resto" de nós que fica mesmo depois da nossa morte.
Porque eu acho que nós "sobrevivemos" na memória dos que nos conheceram e na marca que imprimimos nas vidas deles.
Neste blog, homenageei os meus dois avós, porque, para mim, eles não morreram. Ficaram vivos para sempre na minha memória pelo carinho que me deram durante o tempo em que me pude cruzar com eles.
Também eu espero sobreviver na memória de algumas pessoas: por exemplo, o meu sobrinho, com quem estabeleci uma relação de amizade que passa por lhe ensinar coisas... mas também por aprender muito com ele.
Porque eu acredito que aprender coisas com os outros forma para a vida. Mas também penso que ensinar coisas aos outros nos faz aprender mais sobre essas mesmas coisas e também sobre nós próprios. E eu quero que o meu jovem sobrinho também tenha essa oportunidade.
[Já agora, o "ensinar coisas aos outros" - a essência do meu trabalho, já que sou professora - tem-me mesmo feito aprender imenso. Sobre o que ensino e sobre mim! Também devo isso aos meus alunos!]

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